5.2.10

Somos os parasitas da Terra.

O planeta Terra é um corpo com vida e vontades.

Nós seres humanos somos os carrapatos ingratos que trazem devastação e morte lenta ao planeta.

Porém ele é forte e imenso....

A Grande Mãe foi ao médico e ele disse que deveria lutar contra a praga. Que ela tinha dentro de si o remédio e a cura para este mal.

E então lá foi ela e começou a fazer chover e tomar conta do espaço que é seu por direito. Veias de água voltaram a pulsar.

Os carrapatos ficaram bravos e tiveram que se mudar... Foram reclamar com os Prefeitos, Governadores e quem mais pudessem falar, mas eles não poderiam fazer nada contra as nuvens que pesavam insistentemente sobre os rios que se expandiam e saiam de suas gaiolas.

As pessoas então se deram conta de que além de estarem onde não deveriam, não estavam em harmonia com a Terra, estavam estragando o lugar onde deveriam cuidar.

Deveriam se adaptar, pelo menos temporariamente a modos anfíbios de sobrevivência.

Deveriam aprender com os habitantes mais inteligentes a como viver corretamente para não serem eliminados da cacunda de sua hospedeira.

Morros rolaram. Lama e terra.... Era o couro á mostra, sem sua pelagem protetora.

Era uma lepra travestida de devastação. Arrancavam os cabelos e a pele da Mãe Terra como fazem as piores doenças.

E em algumas partes de seu corpo ela se coçava e sacudia, tirando tudo do lugar. Alguns carrapatos um tanto menos culpados do grande mal pagavam o preço. Mas a Mãe estava tentando se curar e ela não poderia se deixar morrer, pois assim também morreriam todos os outros carrapatos.

Outras partes de seu corpo estavam ressecadas. Secas, sem uma gota de água hidratante. E o caos estava diante dos pequenos e prepotentes olhos dos carrapatinhos que viviam como reis sem castelo, inquilinos bagunceiros e indesejáveis.

Parasitas podem ser úteis vez ou outra, mas quando cumprem seu papel dentro do ciclo correto das coisas. Caso contrario devem ser erradicados e será este o fim, nem tão triste assim dessas pequenas e devastadoras criaturas.

Nosso planeta não é a casa da mãe Joana é a casa da Mãe Terra. Aqui só se come o que ela nos dá e só se vive se ela viver. Se ela quiser que você viva!

A Mãe continuará a tentar se curar, e como toda mãe tentando acomodar as coisas da melhor forma possível. Caso ela morra todos nós faremos parte de seu enterro. Será um grande cemitério perdido no espaço de algo que um dia já foi belo, já foi vivo e tentou nos fazer viver.

4.2.10

Exposição Masp


Andares repletos de obras de artes, algumas nem tão artísticas assim.
Começando pelo 3º andar,” OLHAR E SER VISTO - RETRATOS E AUTO-RETRATOS” .
Vale observar a riqueza de detalhes e perfeição com que foi retratado cada figura.
Algumas obras são tão perfeitas que temos a sensação que a qualquer momento a imagem vai acenar ou rir de alguma cara embasbacada diante dela.
O peso dos tecidos e a leveza e transparência das rendas muito utilizados na época são retratados tão fielmente que hoje com toda tecnologia das câmeras digitais fica difícil captar com tanta exatidão e beleza.
São apresentadas obras do século XVI até os dias atuais.
Infelizmente com o passar do tempo o povo foi avacalhando e dizendo que borrões de tinta podem ser o retrato de alguém.
Pra mim fica uma coisa como o conto do Rei Nu. Todo mundo finge que vê pra não se passar por desentendido...
No 2º andar a obra mais comentada do momento:” MUNDO MÁGICO DE MARC CHAGALL – GRAVURAS”
Chagall participou das grandes transformações que ocorreram nas artes no início do século 20 e foi um dos artistas mais notáveis de sua época.
Particularmente poucas peças me prenderam a atenção, embora fosse o andar mais visitado e onde as pessoas mais faziam caras de interessadas.
Essa parada de arte moderna é muito “filosófica”, pois qualquer um pode interpretar arte como bem entender e pra mim uma peça artística não necessariamente precisa seguir a risca um modelo de perfeição, mas sim nos prende a tenção por riqueza de detalhes, formas harmoniosas, etc.
As obras de Chagall são parecidas com esboços iniciais de algum futuro desenho, porém já pintados.
Que me perdoem os modernistas, os intelectuais e os doutores em artes, mas para mim arte definitivamente não é apenas o esboço (as vezes)!
Subsolo: Arte urbana “DE DENTRO PARA FORA / DE FORA PARA DENTRO”
Existem grafiteiros que são verdadeiros artistas, porém o único que realmente fez um trabalho muitíssimo interessante foi Stephan Doitschinoff
Suas obras mesclam o celestial e o infernal.
Existem algumas fotos de sua permanência por 3 anos em Lençóis, BA onde grafitou praticamente toda cidade, incluindo o cemitério, o que deu uma cara de cenografia á cidade. Como se as casas se transportassem da realidade para fixção.
Para saber mais sobre este super trabalho:
Stephan Doitschinoff http://www.choquecultural.com.br/?area=bio&aid=11.

Bem, o que mais me motivou a postar sobre o assunto, apesar de não ser conhecedora da história da arte acredito que é necessário refletir sobre o trabalho apresentado e não apenas sobre o nome do autor que ás vezes pesa mais do que vale.
Não creio que bolas coloridas no meio de uma sala branca seja uma grande representação de alguma coisa. Pirar e devagar sobre qualquer coisa á sua frente é um belo exercício de imaginação, porém não pode ser considerado um trabalho grandioso na minha visão.
Rabiscos á parte qualquer um sabe desenhar, mesmo que seja uma coisa estranha, contudo é necessário avaliarmos o trabalho desempenhado para realização das obras. Tenho certeza que mesmo em uma exposição da praça da república temos artistas mais empenhados em retratar a arte verdadeira do que muitos nomes utilizados como referencia para tal.

A mulher Hare e os ensinamentos de Krishna


Em uma dessas minhas perambulações, me deparei com devotos de Krishna na av. Paulista.
Fui abordada para contribuir com o templo adquirindo um de seus livrinhos contendo ensinamentos que variam desde culinária vegetariana até óvnis.
Porém dessa vez foi uma devota que estava em pregação o que me causou surpresa, pois pelo pouco que sei, a consciência Krishna dentro da nossa visão ocidental é bem machista.
Durante nossa conversa foi justamente o que eu disse pra ela. Ela então me explicou que dentro dos ensinamentos, algumas coisas são interpretadas incorretamente, como é o caso de que para eles uma mulher precisa ser cuidada e protegida, pois tem a cabeça de uma criança de treze anos.
No nosso mundo, se alguém se refere á uma mulher desta forma, naturalmente entendemos que ele está diminuindo sua capacidade como mulher e a condicionando a dependência da proteção de um homem.
Ela me explicou que na verdade, como as mulheres são mais emocionais, podem se deixar influenciar por paixões e apegos perigosos e caso não esteja sobre a proteção de um homem que possa orientá-la tomará sempre escolhas erradas. Daí vem a necessidade de uma mulher poder estar em casa para educar seus filhos e seu marido, pois desta forma, ao crescer seus filhos darão continuidade a essa “missão” junto á suas mulheres e não se perderam de seus ideais ao longo de seu desenvolvimento.
Como as coisas realmente passam por um momento de caos, entendemos como forma de liberdade seguir por nossas próprias cabeças, mas só pensamos assim, porque atravessamos essa fase conturbada onde os valores estão invertidos.
Boa explicação, porém podemos entender o que quisermos da maneira que nos for mais conveniente.
Eu poderia ter um surto feminista e me revoltar contra o detentor dessa idéia, ou posso refletir sobre o caos e a inversão de valores que realmente atravessamos.
Acho que ficou uma lacuna dentro dos ideais feminista. Mulheres tentam ser homens ao invés de buscarem por seu próprio espaço.
Ninguém é obrigado a ter filhos, porém a sociedade espera isso de você e ainda te olham com dó quando você passa dos 30,35 anos e não é casada.
Porém se você se casa cedo e se dedica ás funções de dona de casa, te olham com a mesma cara de pena, como se você fosse incapaz ou encostada em seu esposo.
Se você se casa, mas não tem filhos, acham que você nunca será completamente realizada e se tem filhos e se dedica muito ao trabalho te julgam por não dar a eles a devida atenção.
Vivemos num mundo onde temos que ser assexuados nos papéis e sexuais na realidade.
Esperam tudo de você, mas não te dizem que caminho seguir. São apenas criticas e inversões.
Te criticam se opta por ser uma freira casta, ou se é adepta ao sexo tântrico.
De todas as palavras que ela disse a que mais concordo é que vivemos num CAOS. Interno, externo e contínuo.